É preciso falar sobre política nesses tempos de individualismo exacerbado, pós-verdade, paralisia decisória frente aos grandes problemas políticos nacionais. Voltemos à Grécia antiga. Há mais de dois mil anos, os gregos “inventaram” a democracia. Em Atenas, por exemplo, a vida pública interessava a todos os cidadãos e os “politikos” eram aqueles que se dedicavam ao governo da polis (a cidade), colocando o bem comum acima de seus interesses individuais. Os gregos entendiam que o idiota era a pessoa que não estava integrada na polis; aquele que não se interessava ou não participava dos assuntos públicos (de grande importância naquela época) e só se ocupava de si próprio. Desta concepção vem a raiz da palavra idiota: o termo “idio”, que significa próprio. Ou seja, o idiota é aquele que só vive a sua vidinha privada, que só pensa no seu umbigo, nos seus interesses; que recusa a política; que diz não à política. Sua expressão generalizada é: “não me meto em política”. Ou, nos termos das últ...