Postagens

‘A política brasileira é analógica, e os jovens eleitores são digitais’

  Aos 36 anos, casado há três e “louco para ser pai”,  Renato Meirelles  é o rosto por trás do  Data Popular , fundado em 2001.  publicitário dá voz e forma à chamada nova classe média – massa de 108 milhões de pessoas. Do estranhamento inicial do mercado, passando por “quatro anos de prejuízo”, o instituto de pesquisas consolidou-se como o retrato mais fiel dessa fatia da população para a iniciativa privada. O interesse é genuíno. Afinal, estamos falando de 54% dos brasileiros e um consumo anual de R$ 1 trilhão. A reportagem é de  Sônia Racy , publicada no jornal  O Estado de S. Paulo , 02-06-2014. Mas, afinal, o que essas pessoas desejam? “Sonhar com tranquilidade”, responde  Meirelles , sem pestanejar. Mais ainda quando se fala dos jovens. As eleições deste ano terão a maior parcela histórica de eleitores entre 18 e 30 anos: 42 milhões de pessoas – sendo 23 milhões da classe média. “Esse voto será preponderante”, diz o publicitário. O  Data Popular , aliás, acaba de tabular a

“A política não é banal, mas o sistema formal de representação política”

Rudá Ricci é graduado em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), mestre em Ciência Política pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e doutor em Ciências Sociais pela mesma instituição, com a tese Fuga para o Futuro: novos movimentos sociais rurais e a concepção de gestão pública. Leciona na PUC-Minas e é coordenador do Instituto Cultiva e membro do Comitê Executivo Nacional do Fórum Brasil do Orçamento. É autor de Terra de Ninguém: sindicalismo rural e crise de representação. Campinas: Editora da Unicamp, 1999. Por: IHU Online Em entrevista exclusiva concedida por e-mail para a IHU On-Line, Rudá Ricci falou sobre política brasileira e estrutura partidária, PT, intelectuais brasileiros na era Lula, oposição, campanha pelo voto nulo e as próximas eleições de outubro no Brasil. Confira a entrevista a seguir, que foi veiculada nas Notícias Diárias da página do IHU, no dia 20-9-2006. IHU On-Line – Como o senhor avalia a sua percepção de

Dá para pensar a política eticamente sim ou não?

Imagem
Para Renato Janine Ribeiro, a questão de os partidos não terem exatamente uma identidade indica o fato de que uma boa parte do eleitorado também não tem. Por: Graziela Wolfart e Patricia Fachin Antes de analisar a conjuntura política atual, é fundamental que se entenda um pouco das bases teóricas e fundantes de nosso sistema político, partidário e eleitoral. E esta é a contribuição que o filósofo   Renato Janine Ribeiro   oferece na entrevista que concedeu por telefone à   IHU On-Line . Em sua percepção, temos um sistema no Brasil “em que dois partidos estão firmes, correspondem a anseios, desejos, projetos. Esses dois partidos são os líderes da política brasileira, um de cada lado: o PT e o PSDB. Há 18 anos esses dois partidos se alternam no governo federal. São partidos que expressam algo”. Ao argumentar sobre a complexidade do conceito de política,   Janine Ribeiro   aponta que “uma característica atual muito forte da maneira de pensar a política é vê-la de forma indecente. Há

“A extinção dos partidos inviabiliza a democracia”

Imagem
É necessária uma reciclagem geral dos partidos, observa João Pedro Schmidt, e a fragmentação entre eles em nosso país força os governantes a um esforço descomunal para assegurar a governabilidade, assegura Por: Márcia Junges “O alheamento dos cidadãos em relação às instituições democráticas é um fenômeno internacional e parece estar se agudizando. As redes sociais vêm sendo um espaço importante de clamor contra esse quadro de alheamento e de chamamento à mudança, com espaço para todo o tipo de visão”, pondera o filósofo e cientista político   João Pedro Schmidt   em entrevista concedida por e-mail à   IHU On-Line . Em seu ponto de vista, “o sistema político brasileiro não está em xeque, mas as manifestações questionam severamente várias de suas dimensões, vinculadas à moralidade, à representação e à eficácia das políticas públicas”. No caso brasileiro, “a confusão entre a coisa pública e a coisa privada levou os cidadãos a incorporar a troca de favores na sua concepção de moralida