“Residencial Ubá” e a previsão para os próximos meses.
A administração atual após mais de dois anos de imobilismo,
depois de intensa mobilização reivindicatória dos compradores nas redes
sociais, entregou as unidades habitacionais do “Residencial Ubá”. Todas as
ações preparatórias da entrega, inclusive as ações de marketing foram
detalhadamente premeditadas para vincular eleitoralmente os beneficiários ao
grupo que governa a cidade neste momento.
Valendo-se da lógica do Rubens Ricupero[1]:
“O que é o bom a gente fatura e o que ruim a gente esconde” pouco ou nada tem
se falado sobre as inconclusões do projeto de assentamento, principalmente nas
áreas de saúde, educação, segurança, e transporte. Várias providências
complementares não foram executadas, como também não foram objeto da ação dos
atuais gestores nos últimos anos. Como será quando passar a euforia da
conquista do sonho da casa própria? Como será quando o mutuário descobrir que
muito do planejado durante a concepção do empreendimento não foi executado pela
atual administração? Como será quando os residentes começarem a sentir na pele
as carências? Como será a postura dos
que faturaram eleitoralmente com a entrega das chaves: Vão transferir a
responsabilidade para quem? Para o governo anterior? Ou para o Governo Federal?
O grupo
político que agora governa a cidade tem um longo histórico de descontinuidade
de obras iniciadas em governos anteriores. Podemos citar vários exemplos: a
ponte da Avenida Paulino Fernandes que ficou parada por mais de uma década. A
usina de reciclagem instalada no lixão, que apodreceu sem nunca funcionar,
simplesmente porque foi implantada no governo do Professor Defilippo,
adversário deste grupo político. Uma estação de tratamento de esgoto também não
teve continuidade só porque o projeto foi concebido no governo do Dr. Antônio
Carlos Jacob.
Interrompendo este modus operandi e “com um novo jeito de
trabalhar” o prefeito Vadinho ao assumir o governo de Ubá em 2009, além de
concluir a Ponte da Paulino Fernandes, concluiu e entregou discreta e
republicanamente, moradias populares na região do tanquinho e na região do
bairro meu sonho, todas iniciados na administração anterior. Captou recurso, construiu,
mobiliou e entregou discreta e republicanamente outros 240 apartamentos no
bairro universitário.
Tanto no região do tanquinho, como na
região do Bairro meu sonho, além de concluir e entregar as unidades
habitacionais, o governo do Vadinho deu continuidade na conclusão do projeto de
implantação dos assentamentos com a
ampliação e construção de escolas, de postos de saúde, de consultórios
odontológicos, entre outros equipamentos com vista a melhorar o acesso das comunidades às políticas públicas.
Foi também no governo do Prefeito Vadinho que
o projeto de assentamento do Bairro Pires da Luz foi concluído, com a implantação
de creche; escolas; com a construção e reforma de unidades de Saúde,
implantação de consultório odontológico, e a construção da praça Céus que
oferta serviços assistenciais e culturais para toda a região. No caso do Pires
da Luz, não é muito difícil relembrar a dor e o sofrimento dos moradores por
consequência do retardo de mais de uma década entre a entrega das chaves e a implantação
dos equipamentos públicos.
A implantação do
assentamento, Residencial Ubá, tem que ser entendido como uma grande
oportunidade para toda a região Leste da cidade que necessita de escolas de
ensino fundamental e médio; de mais equipes de saúde e principalmente de saúde
bucal; equipamentos de assistência social; complemento da avenida Beira Rio
ligando esta região à região do bairro meu sonho. Esta é a região de Ubá com a
maior disponibilidade de postos de trabalho, entretanto, ainda carente de infraestrutura
urbana bem como de equipamentos públicos, se comparada com a região Oeste e por
isso necessita de um plano de desenvolvimento local.
Quem se lembra do Vale
lote?
Pratica deste mesmo grupo político que está hoje no
poder, que durante as eleições municipais de 2005, barganhou votos por promessa de moradia e não entregou. Muitos trabalhadores e
trabalhadoras da indústria moveleira, ainda hoje, recordam com tristeza e
indignação que foram ludibriados, pelo balançar do molho das chaves ofertando
casas em troca de votos. O tinido das chaves era a senha que
externava o evento da mentira e da enganação. Nas eleições municipais de 2008,
a tentativa de estelionato foi executada com mais ousadia. Nas reuniões
eleitorais nos bairros, nas fábricas e nas escolas, os eleitores receberem o
vale lote: uma carta da Empresa Municipal de Habitação e um papelzinho, sem
timbre, onde constava o número da quadra e do lote, no loteamento Santinho
Barreto. Uma simulação de loteamento situado na Fazenda Brejaúba, na estrada
para Miragaia. No local, entre as mangueiras, foram feitas marcações similares
a ruas, com a largura da lâmina de uma máquina patrol, sem nenhuma infraestrutura
de água, luz, rede de esgoto ou calçamento. Até bem pouco tempo portadores
deste bilhetinhos ainda procuravam a prefeitura reivindicando a posse do lote que
trocou por voto.
[1] Rubens Ricupero - jurista (formado
pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo), historiador e
diplomata brasileiro com proeminente atividade de economista.