Emendas pra lamentar: A fidelização de clientela eleitoral com o dinheiro público

  
 Eu sempre soube que manter a palavra e empenhar-se em busca de um padrão satisfatório de coerência tem um preço, e não é módico. Até então, não me arrependo das escolhas que fiz. Eu aprendi na Pastoral Operária com o Padre Sebastião Jorge Corrêa; com a Irmã Marisa Costa; com o Padre Alexandre Santos Ferraz, nos cursos Bíblicos, entre outros mestres, que a Política não é profissão, é serviço à comunidade. E que nos postos de serviço à comunidade deve haver a formação permanente de novas lideranças para também manter o revezamento permanente nas funções. Fiel a esta prática, eu firmei propósito de não me eternizar no cargo de vereador. Na prática da Pastoral Operária sempre nos foi orientado, a partir das reflexões, que dois mandatos para o legislativo, ou numa direção sindical, seria o bastante. Depois deste tempo deveríamos voltar às bases para, a partir da experiência acumulada, contribuir para o avanço na caminhada do povo de Deus. Tomei posse em 2005, fui reeleito em 2008, e não mais me candidatei ao cargo de vereador nas eleições seguintes. Me candidatei ao cargo de deputado estadual em 2014 sem sucesso eleitoral.

A volta a comunidade, de fato não aconteceu com todo o romantismo que se pregava nos anos 80 e 90. Por outro lado eu nunca me afastei definitivamente da comunidade. Durante todos os anos de vereador e Secretário de Saúde em Ubá, eu me mantive ligado a Pastoral Operária de Ubá. Participava semanalmente das reuniões do Grupo de Base e de todos as atividades do Grupo. Neste momento, por estar trabalhando em outro município, o tempo de permanência na cidade de Ubá encolheu e consequentemente me encontro afastado do grupo. 

Ao citar neste texto que a última eleição que eu participei, como candidato, foi a de 2014, lembrei-me também que, na época eu fiz dobrada, entre outros, com a professora Margarida Salomão. Ouvi em várias oportunidades, a candidata a Deputada Federal deitar a madeira no também candidato a reeleição Reginaldo Lopes por causa da utilização da Emenda Pra Lamentar, como instrumento de fidelização de apoios. A Candidata se sentia em desigualdade de condições na disputa, considerando que devido às emendas, as lideranças locais: prefeitos, vereadores, e dirigentes de entidades, orientavam o apoio como medida de retribuição à destinação do recurso. Acontece que passados seis anos, a hoje Deputada Federal reeleita, Margarida Salomão incorporou o mesmo modus operandi, que criticava em 2014, à sua prática política. Não sou fiel seguidor da Deputada, mas, na poucas oportunidades que vejo as redes sociais dos apoiadores locais e regionais, o tema das Emendas Pra Lamentar, pra lá e pra cá, tornou-se dominante. 

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