ENTREVISTA COM O SECRETÁRIO DE SAÚDE DE UBÁ CLAUDIO PONCIANO.

Entrevista publicada no jornal O Dorense Regional da jornalista Selma Varella.  

               
Quantos hospitais Ubá têm hoje?
Secretário: Ubá tem 04 hospitais – Dois filantrópicos; Santa Isabel e São Vicente de Paulo. Um Privado: Hospital São Januário e um Publico: Casa de Saúde Padre Damião.
Todos atendem pelo SUS?
Secretário: Sim
Quantos hospitais têm convenio com a Prefeitura em casos de emergência?
Secretário: A gestão hospitalar no município de Ubá é de responsabilidade do SES – Secretaria Estadual de Saúde. Todos os hospitais que têm contrato com o SUS, por determinação das portarias ministeriais, principalmente a Portaria n.º 2048/GM de 5 de novembro de 2002 tem que atender a urgência e emergência.  O município de Ubá tem um convenio com o Santa Isabel e o São Vicente, com a finalidade de complementar o financiamento da urgência e emergência.
Quantas cidades regionais recorrem ao serviço de saúde em ubá?
Secretário: Ubá é uma cidade de referencia para pelos menos 20 municípios da micro região. Todavia no caso específico da urgência e emergência recebe paciente de mais municípios que são transferidos pelo sistema SUS Fácil ou quando ocorrem acidentes nas estradas da região.
Com todo esse suporte dado às cidades vizinhas, os hospitais e clinicas daqui não ficam sobrecarregados? Visto quê o número de habitantes de Ubá passam de cem mil?
Secretário: Sobrecarrega quando as pessoas vêm buscar um atendimento que poderia ter sido realizado na atenção primária do seu município de origem. Por outro lado, quando o atendimento é mais complexo, Ubá tem a obrigação de estar preparada para receber. 
Em algumas cidades da região existem hospitais de pequeno porte, como exemplo: Senador Firmino, Brás Pires, Presidente Bernardes, entre outros.
Qual é o papel desses hospitais de pequeno porte dentro da sociedade visto que ele não tem o suporte necessário para um atendimento de emergência, como uma UTI, uma sala de parto ou uma maternidade? 
Secretário: Além da baixa resolutividade, e por consequência, um hospital de pequeno porte, tem muita dificuldade para ser autossustentável do ponto de vista financeiro. A atual política de saúde  do estado de Minas Gerais, tem investido no fortalecimento de alguns hospitais regionais mais resolutivos. Os hospitais de pequeno porte devem planejar para ter um papel, ou pensar a sua vocação, de forma complementar em vista uma rede que está se construindo em várias regiões do estado. Eles continuam tendo um papel relevante nesta rede, bem como no suporte  à atenção primária.
O senhor sabe como é feito o repasse de verbas para esses hospitais?
O senhor sabe nos dizer se e há algum plano por parte do ministério da saúde em favor desses hospitais:
Secretário: Em linhas gerais podemos dizer que SUS remunera por procedimentos (serviço prestado) e tem uma tabela defasada.  A autorização de internação Hospitalar (AIH) é instrumento para pagamento das internações. Outra forma costumeira para repassar recursos aos hospitais é por maio de convenio, que  depende da apresentação de projeto e prestígio político. 
Não conheço. Estamos aguardando a entrada em vigor da rede macro regional de urgência e emergência. Esta rede deve fortalecer algumas salas de estabilização em alguns destes municípios.  A rede já funciona no norte de Minas, na região metropolitana de BH e a partir de março na região centro sul que abrange os municípios de Barbacena e Conselheiro Lafaiete. Nesta rede o financiamento é tripartite (Município, Estado e União) e parte dos recursos são destinados para fortalecer os hospitais. A nossa região é a próxima na fila para receber estes investimentos juntamente com o Sul de Minas.                                                                                                                          
Por que os hospitais vivem sobrecarregados constantemente, o senhor não acha que se as pessoas tivessem mais responsabilidade com sua saúde evitaria tanta procura de emergência? (espaço aberto para falar sobre o trabalho do PSF no controle da diabetes e da hipertensão entre outros, como prevenção). Gostaria que o senhor falasse sobre a obesidade, visto que, é uma das principais causas do enfarto e varias outras complicações.
Uma das principais formas de diminuir as filas nos hospitais e investindo na atenção primária, que segundo o MS pode resolver 85% dos problemas de saúde da população.  O objetivo do PSF é reorientar o modelo assistencial, ou seja ajudar as pessoas a cuidar da própria saúde. Diminuir sal, fazer atividade física; tomar corretamente os medicamentos no caso de diabéticos e hipertensos etc. Neste formato de organização em rede, o PSF terá função importante também na urgência e emergência. O pessoal do PSF está sendo capacitado para aplicar o protocolo de Manchester, quando muitos dos atendimentos que hoje são encaminhados para os hospitais passarão a ser resolvidos no PSF.
Gostaria que você também falasse sobre a implantação da SAMU na zona da mata, quando vai ser e quais benefícios ela trará para a população.    
A rede macro de urgência e emergência prevê também a instalação do SAMU que deve funcionar em uma rede articulada da atenção primária com hospitais de retaguarda. Todo o projeto da rede com o SAMU está elaborado. Está sendo implantado no estado por região. Norte; Metropolitana; Centro sul e agora nós da zona da mata estamos na fila juntamente com o sul de minas. No norte Minas, o principal resultado até agora foi a diminuição das mortes em 30%.




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