SEMINÁRIO SOBRE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA

A área de Urgência e Emergência constitui-se
em um importante componente da assistência à saúde. A crescente demanda por
serviços nesta área nos últimos anos, devida ao crescimento do número de
acidentes e da violência urbana e à insuficiente estruturação da rede são
fatores que têm contribuído decisivamente para a sobrecarga de serviços de
Urgência e Emergência disponibilizados para o atendimento da população. Isso
tem transformado esta área numa das mais problemáticas do Sistema de Saúde.
O aumento dos casos de acidentes e
violência tem forte impacto sobre o SUS e o conjunto da sociedade. Na
assistência, este impacto pode ser medido diretamente pelo aumento dos gastos
realizados com internação hospitalar, assistência em UTI e a alta taxa de
permanência hospitalar deste perfil de pacientes. Na questão social, pode ser verificado
pelo aumento de 30% no índice APVP (Anos Potenciais de Vida Perdidos) em
relação a acidentes e violências nos últimos anos, enquanto que por causas
naturais este dado encontra-se em queda.
A assistência às urgências se dá, ainda hoje,
predominantemente nos “serviços” que funcionam exclusivamente para este fim –
os tradicionais pronto-socorros – estando estes adequadamente estruturados e
equipados ou não. Abertos nas 24 horas do dia, estes serviços acabam por
funcionar como “porta-de-entrada” do sistema de saúde, acolhendo pacientes de
urgência propriamente dita, pacientes com quadros percebidos como urgências,
pacientes desgarrados da atenção primária e especializada e as urgências
sociais. Tais demandas misturam-se nas unidades de urgência superlotando-as e
comprometendo a qualidade da assistência prestada à população. Esta realidade assistencial
é, ainda, agravada por problemas organizacionais destes serviços como, por exemplo,
a falta de triagem de risco, o que determina o atendimento por ordem de chegada
sem qualquer avaliação prévia do caso, acarretando, muitas vezes, graves prejuízos
aos pacientes. Habitualmente, as urgências “sangrantes” e ruidosas são priorizadas,
mas, infelizmente, é comum que pacientes com quadros mais graves permaneçam
horas aguardando pelo atendimento de urgência, mesmo já estando dentro de um serviço
de urgência.
Outra situação preocupante para o
sistema de saúde é a verificada “proliferação” de unidades de “pronto
atendimento” que oferecem atendimento médico nas 24 horas do dia, porém sem
apoio para elucidação diagnóstica, sem equipamentos e materiais para adequada
atenção às urgências e, ainda, sem qualquer articulação com o restante da rede assistencial.
Embora cumprindo papel no escoamento das demandas reprimidas não satisfeitas na
atenção primária, estes serviços oferecem atendimentos de baixa qualidade e
pequena resolubilidade, que implicam em repetidos retornos e enorme produção de
“consultas de urgência”.
O encontro acontecerá na Câmara
Municipal de Ubá, localizada na Rua Santa Cruz 301 – Centro a partir das 13
horas, tendo como público alvo: Prefeitos, Superintendentes, Gerentes e
Técnicos das Regionais de Saúde, Secretários (as) Municipais de Saúde,
Prestadores de Serviço, Conselheiros Municipais de Saúde e Parlamentares e
Associações Profissionais.