Prosperidade! Palavra confluente nos discursos de Lula e de Bolsonaristas!
Os principais pontos são: Conexão Ideológica: O artigo analisa como o Bolsonarismo se alinhou ideologicamente com a Teologia da Prosperidade, que ganhou grande popularidade nas igrejas neopentecostais.
Teologia do Domínio: Ele discute a influência de figuras como Rousas, John Rushdoony e Gary North, que moldaram a Teologia do Domínio, defendendo um Estado mínimo e a aplicação de leis bíblicas na sociedade.
Impacto nas Políticas Sociais: A convergência dessas ideologias reforça uma visão de Estado mínimo, privatização e meritocracia, o que, segundo o artigo, tem impactos significativos nas políticas públicas, resultando na manutenção das desigualdades sociais e na desresponsabilização do Estado na provisão de serviços públicos.
A Pauta Conservadora: O texto conclui que, mesmo após a derrota de Jair Bolsonaro nas eleições de 2022, a pauta política conservadora continua a ser perpetuada por um Congresso Nacional com maioria conservadora.
O Uso da Palavra "Prosperidade" no Discurso Político
Bolsonarismo:
No contexto do Bolsonarismo, a palavra "prosperidade" está diretamente ligada à Teologia da Prosperidade. Esta teologia, popular em igrejas neopentecostais, prega que a riqueza e o sucesso financeiro são sinais da bênção divina. A meritocracia e a ideia de que o sucesso individual é resultado da fé e do esforço pessoal se alinham perfeitamente com a visão de Estado mínimo e políticas econômicas liberais. Para os Bolsonaristas, a prosperidade é vista como um resultado da fé e do empreendedorismo individual, em contraste com as políticas de assistência social, que seriam vistas como um desincentivo ao trabalho.
Lula e o PT:
O uso da palavra "prosperidade" no discurso de Lula e do PT não tem uma conotação religiosa ou teológica, mas sim econômica e social. Diferentemente da abordagem Bolsonaristas, que a associa ao indivíduo, a "prosperidade" para o governo Lula é ligada ao crescimento econômico e à distribuição de riqueza. O governo federal tem usado o termo para se conectar com a classe média e com o público empreendedor, que também buscam o sucesso econômico. Programas sociais e políticas públicas são apresentados como ferramentas para que a população, em geral, alcance a prosperidade. A estratégia é apresentar a prosperidade não como um fim em si mesmo, mas como um resultado de políticas que promovem o emprego, a renda e a estabilidade econômica, em contraposição a um foco puramente individualista.
Este uso pelo PT e Lula não seria para aproximar do eleitor evangélico?
O uso da palavra "prosperidade" por ambos os lados, mas de maneiras diferentes, é uma estratégia direta para se conectar com o crescente e politicamente influente eleitorado evangélico no Brasil.
No caso do Bolsonarismo, a aproximação é mais orgânica. A ideologia Bolsonaristas já se alinha naturalmente com a Teologia da Prosperidade, popular entre as igrejas neopentecostais. O discurso de que o sucesso financeiro e individual é uma bênção divina e o resultado da fé e do esforço pessoal ressoa profundamente com os valores pregados por líderes evangélicos. Usar a palavra "prosperidade" não é apenas uma tática, mas uma confirmação de um conjunto de valores compartilhados que incluem a meritocracia é um Estado menos interventor.
Para Lula e o PT, o uso do termo é mais estratégico. Historicamente, o discurso da esquerda se concentrou mais na igualdade social e na distribuição de renda, em oposição ao acúmulo individual de riqueza. No entanto, com o eleitorado evangélico se tornando uma força decisiva nas urnas, a palavra "prosperidade" se tornou uma ferramenta para tentar "falar a mesma língua" desse grupo.
Ao incorporar o termo, o governo Lula busca mostrar que seus programas sociais e políticas de crescimento econômico não visam apenas a redistribuição, mas também a ascensão social e o sucesso pessoal. É uma forma de dizer ao eleitorado evangélico: "Nós também queremos que você prospere, mas por meio do acesso a empregos, educação e oportunidades, e não apenas pela fé individual."
Em resumo, enquanto para os Bolsonaristas a prosperidade é um pilar ideológico que já os conecta a essa base, para Lula e o PT, ela é uma ponte estratégica para um eleitorado crucial que, em grande parte, se afastou de sua base tradicional.