Vadinho deixa quase 20 milhões de Reais nas contas da Prefeitura de Ubá.
Segundo publicações de diversos veículos de comunicação da cidade, entre eles, o noticiário, O prefeito de Ubá até dezembro de 2016, Vadinho Baião, está sendo convidado a comparecer na Câmara Municipal de Ubá, órgão de fiscalização financeira do Poder Executivo Municipal, para prestar esclarecimentos sobre a prestação de conta financeira do ultimo quadrimestre de 2016, apresentada em audiência por equipe do atual Governo Municipal.
A audiência pública aconteceu
na Câmara Municipal de Ubá, no dia 20 de fevereiro de 2017 e foi amplamente divulgada na imprensa e nas páginas oficiais, no portal da transparência, inclusive com esta afirmação: "A administração anterior não deixou recursos em caixa suficientes para quitar tais dívidas e provisões, conforme demonstrado na audiência pública. Esta posição causou espanto e reação nos vereadores e vereadoras, ao ponto de decidirem pelo convite ao próprio prefeito Vadinho, para comparecer na Câmara para prestar esclarecimentos. A audiência pública foi conduzida pela equipe econômica do novo Governo e confundiu mais que explicou.
Audiência Pública: É um espaço de
participação popular e controle social, que
neste caso específico, fundamenta-se na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) –
2000 Art. 9º - ... § 4º - Que que
determina a sua realização até o final dos meses de maio, setembro e fevereiro.
O Poder Executivo demonstrará e avaliará o cumprimento das metas fiscais de
cada quadrimestre, em audiência pública na comissão referida no § 1º do art.
166 da Constituição ou equivalente nas Casas Legislativas estaduais e
municipais.
Como
visto, o objetivo principal da audiência
pública é demostrar e avaliar o
cumprimento das metas fiscais. A maior
parte das informações que deveriam ter sido apresentadas e debatidas com a comunidade na referida audiência já
estão publicadas Diário Oficial Eletrônico do Município de Ubá de nº 675, de 27/01/2017 nas páginas de 05 a 24, bem como no RELATÓRIO DE CONTROLE INTERNO ANUAL 2016.
Entretanto, o
que ficou explicito, foi o esforço empreendido para transformar um superávit próximo de vinte milhões de reais, num déficit de quarenta e quatro mil e quinhentos reais. A planilha intitulada Demonstrativo e Disponibilidade Financeira – Recursos Próprios e Vinculados até 31 de dezembro de 2016, que não consta da publicação oficial no
diário eletrônico 675, e no relatório de controle interno, foi a peça principal da apresentação na audiência, e como consequência nas publicações da imprensa oficial do governo, inclusive no “Portal da Transparência”.
Portal da Transparência: É necessário abrir parenteses para falar que a mesma peça publicitária com informações imprecisas e questionáveis que foi divulgada para a imprensa foi postada no portal da transparência como informação financeira oficial. Nova administração apresenta situação financeira encontrada na PMU.
A Cartilha da Lei Complementar 131/2009 "A Lei Complementar 131, de 27 de maio de 2009, alterou a
redação da Lei de
Responsabilidade Fiscal (LRF) no que se refere à transparência da gestão fiscal,
inovando ao determinar a disponibilização, em tempo real, de informações
pormenorizadas sobre a execução orçamentária e financeira da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Alguns esclarecimentos sobre a planilha:
A planilha apresentada aos vereadores
e vereadoras e posteriormente publicada, inclusive no Portal da Transparência, mostra um saldo de recursos próprios em conta no valor de R$ 10. 062.552,00. Estes recursos são
livres, ou seja, não tem nenhum carimbo e pode ser aplicado livremente em obras,
serviços, compras para todos as áreas, inclusive na folha de pagamento para
todas as áreas.
Mais abaixo a planilha apresenta uma
linha onde consta a informação que existe também um saldo de recursos vinculados em aplicação e também em
conta corrente no valor de R$
9.705.623,00.
A
informação dos dois parágrafos acima, constante na planilha, aproxima-se
das informações constante da publicação oficial no diário eletrônico na pagina 22, Coluna Balanço Financeiro: Saldo
para exercício seguinte: R$ 19.768.174,80. Ou seja, o prefeito Vadinho
Baião deixou nas contas da prefeitura entre dinheiro livre e dinheiro vinculado à quantia próxima de 20 milhões de Reais. Informação que poder ser consultada também na revista Pauta Econômica, edição nº 162
O item número um das observações constante na planilha
explica mais ou menos a diferença entre recurso próprio e recursos vinculado e
afirma que “Os recursos vinculados já
estão todos comprometidos pois já forma feitos projetos e licitações para obras
.........”.
Aqui já começam as informações imprecisas, o que certamente
contribuiu para confundir os vereadores e motivou a chamada do Prefeito, á época, para os esclarecimentos.
A comissão afirmou ao Órgão Fiscalizador que o
recurso vinculado está TODO comprometido
com projetos, licitações e obras, o que não
é verdade. Tem sim recursos para obras, mas tem também recursos das áreas
de saúde e educação que podem ser utilizados para despesas de custeio
(materiais, equipamentos e serviços) e folha de pagamento. Inclusive para
pagamento do resto a pagar já empenhados com recursos vinculados.
A necessidade de confirmar a tese que "A administração anterior não deixou recursos em caixa suficientes para quitar tais dívidas e provisões, conforme demonstrado na audiência pública. levou a equipe econômica do atual governo a apresentar informação imprecisa, e desviar-se dos princípios que norteia uma audiência pública desta natureza.
Apresentaram uma série de malabarismos e afirmações inconsistentes que conseguiram atingir o objetivo proposto para audiência, ou seja, transformar um saldo positivo de próximo de 20
milhões de reais, entre recursos vinculados e próprios, em saldo negativo
de R$ 44.508,00.
Na primeira linha das despesas, a planilha mostra um resto a pagar de 2016, no valor de R$ 1.787.873,00. Na linha seguinte, outro resto a pagar de exercícios
anteriores a 2016, no valor de R$
198.416,00. É justo, honesto e
contabilmente correto, deduzir este resto a pagar do saldo existente para
encontrar o superávit. Se você volta ao diário eletrônico na Pagina 22, na
Coluna Balanço Patrimonial, Resto a Pagar, você encontrará semelhança entre o
número publicado e o constante na planilha apresentada aos vereadores em
audiência pública.
Um dos malabarismos da planilha que certamente
confundiu os vereadores foi dedução de todo o resto pagar próximo de dois milhões de reais apenas no recurso próprio, quando
sabemos que uma parte desta despesa já havia sido empenhada com recursos
vinculados e o pagamento tem que ser de acordo com o emprenho.
A cada item apresentado, vai ficando
claro que o objetivo é zerar o superávit e afirmar que "A administração anterior não deixou recursos em caixa suficientes para quitar tais dívidas e provisões, conforme demonstrado na audiência pública. Primeiro dando uma informação
equivocada dizendo que todo o vinculado já está comprometido. E segundo
deduzindo todo o resto a pagar, inclusive despesa vinculada, dos 10 milhões de
recursos próprios. Para cumprir um objetivo secundário, não se importaram que casa legislativa e fiscalizadora estava recebendo informação imprecisa.
A
próxima linha, do ponto de vista contábil, me parece mais apelativa ainda que as
anteriores, uma vez que apresentam o pagamento de uma divida que vai vencer em
2020, como sendo resto a pagar em 2016. A
dívida fundada com BDMG no de R$
3.541.886,00 cujo às parcelas vão vencer no atual governo devem ser pagar
com a arrecadação do período 2017/2020 e não é correto desconta-las do superávit
da administração anterior.
Aqui repete-se o mesmo malabarismo contábil utilizado anteriormente quando tentam jogar uma dívida fundada que vence toda no governo atual como resto pagar da administração do prefeito Vadinho.
Aqui repete-se o mesmo malabarismo contábil utilizado anteriormente quando tentam jogar uma dívida fundada que vence toda no governo atual como resto pagar da administração do prefeito Vadinho.
Ainda não é o fim: Na próxima linha
consta uma provisão para o reajuste 2016 de 10.64% com a indicação entre
parênteses de (Justiça) no valor de R$
4.280.00. Já que está sob júdice, é
preciso considerar que pode haver o ganho de causa pela prefeitura, e neste
caso não poderia haver o abatimento taxativo e conclusivo no superávit. Como também não poderiam afirmar que há déficit de 44.508 reais. E não poderiam afirmar, e divulgar que a administração anterior não deixou recursos em caixa........É no mínimo imprudente, e mais uma vez, a dedução distorce o objetivo da audiência e confunde a casa fiscalizadora.
Realmente a matéria está na justiça
com posicionamento do Ministério Público de Minas Gerais pela
inconstitucionalidade da lei Ação Direta de Inconstitucionalidade.
Outra questão que não foi observada é que a folha de pagamento também é formada com recursos próprios e vinculados, ou seja, professor recebe dos fundos da educação, profissionais da saúde recebem dos vários programa do Ministério da Saúde e do Estado. Portanto esta complementação do reajuste, se for o caso, se o Poder Judiciário contrariar o parecer do Ministério, e decidir pela validade da lei, este pagamento não pode ser deduzida apenas dos 10 milhões de recursos próprios. Decisão judicial vira precatório e poderá ser pago parcelado, inclusive.
Ocorre que a informação imprecisa passada ao órgão fiscalizador, que os nove milhões de recursos vinculados estão todos comprometidos, somados a necessidade de cumprir o objetivo de zerar o superávit e criar discurso, levou, mais uma vez, o governo atual desviar dos objetivos da audiência.
Outra questão que não foi observada é que a folha de pagamento também é formada com recursos próprios e vinculados, ou seja, professor recebe dos fundos da educação, profissionais da saúde recebem dos vários programa do Ministério da Saúde e do Estado. Portanto esta complementação do reajuste, se for o caso, se o Poder Judiciário contrariar o parecer do Ministério, e decidir pela validade da lei, este pagamento não pode ser deduzida apenas dos 10 milhões de recursos próprios. Decisão judicial vira precatório e poderá ser pago parcelado, inclusive.
Ocorre que a informação imprecisa passada ao órgão fiscalizador, que os nove milhões de recursos vinculados estão todos comprometidos, somados a necessidade de cumprir o objetivo de zerar o superávit e criar discurso, levou, mais uma vez, o governo atual desviar dos objetivos da audiência.
Finalmente, aparece o item numero
dois das observações: "ainda existe a demanda do instituto de previdência
equivalente á diferença de percentual de 37,92% aprovado no ultimo ano pela
administração passada que ainda está em analise, de 21,92. Ficando a diferença
de 16% retroativa a janeiro de 2016 --- que custará aos cofres públicos o
montante de R$ 4. 536.000, 00".
Vivemos na era da pós verdade. O que é a tal pós verdade ?“Em geral, usa-se
a expressão para sugerir que as pessoas estão tomando decisões com base mais em
suas emoções e visões de mundo do que olhando para os fatos”. O Oxford diz: é um adjetivo definido como relativo
ou que denota circunstâncias nas quais fatos objetivos são menos influentes em
influenciar a opinião pública do que apelos à emoção e às crenças pessoais’”.
O Déficit com o Regime Próprio de Previdência Social dos Servidores Públicos do
Município de Ubá não é da administração do prefeito Vadinho e sim do município de
Ubá. A LEI Nº. 3.631, DE 18 DE SETEMBRO DE 2007 fixou este Déficit lá em 2007, em R$ 27.261.632,36 (vinte e sete
milhões, duzentos e sessenta e um mil, seiscentos e trinta e dois reais e
trinta e seis centavos), a ser financiado em 35 anos. A mesma lei instituiu uma
contribuição suplementar do Município de Ubá e fixou uma tabela
progressiva de contribuições até 2041.
Ao longo dos anos, após 2007 este déficit vem sendo atualizado e
consequentemente esta contribuição suplementar sempre corrigida para o auto. Em
2013 a Lei Complementar 161 de 18 de dezembro de 2013 elevou esta
contribuição suplementar para 37,92% a partir
de 2016. Para que a informação fique mais completa
é necessário informar que o Déficit é calculado por instituições bancárias sob
a supervisão do Mistério da Previdência Social.
Nos últimos anos já prevendo que esta contribuição suplementar
de 37,92% ficaria muito pesada para o contribuinte ubaense, quando a
contribuição patronal para o INSS é 22%, o Prefeito Vadinho, estadista,
republicano iniciou um processo de renegociação com estas instituições e com a
UBAPREV no sentido de adequar esta contribuição suplementar a realidade do
contribuinte ubaense. Repito, precisa ficar claro que quem paga é o contribuinte.
Como resultado desde intenso e exitoso processo de negociação liderado
pelo Prefeito Vadinho, em 05 de dezembro de 2016, a Câmara Municipal de Ubá
aprovou a Lei nº 4.430 alterando a tabela de contribuição suplementar
fixando a alíquota de 2016 em 21,92%, chegando à alíquota máxima de 26,52% em
2041.
Conforme a planilha informa já foi pago, na administração do Prefeito
Vadinho os 21,92% referente a todo ano de 2016. De acordo com informação da
Planilha pode haver uma contestação da diferença entre os 21,92% até
37,92. Aqui tem que ficar claro mais uma vez que torcer contra o Vadinho é torcer contra o contribuinte ubaense. Ou seja, cabe atual gestão defender o que foi negociado.
Mais duas observações finais:
Não podemos colocar na conta do Vadinho os possíveis quatro milhões e meio
de dívida referente a 2016, sem considerar a economia que município fará com a
diminuição da alíquota até 2041. A outra observação é que a lei que ratifica a nova negociação mais favorável ao município, não foi
aprovada antes de dezembro de 2016 porque alguns vereadores candidatos pensavam mais em
derrotar o Vadinho, que nos contribuintes do município e só votaram a negociação após o resultado da eleição de 2016.