Ubá vai ter CPI da COPASA.

Com esta medida, a cidade
de Ubá engrossa a relação de municípios que já instalaram ou estão em processo de
instalação da CPI. Como exemplo podemos citar, dentre outros, os
municípios de Curvelo, Pouso Alegre, Lavras, Iturama, Alpinópolis, Divinópolis,
Bom Despacho, Vespasiano, Santo Antônio do Monte, Perdigão, Mateus Leme, onde
já foram, ou serão instauradas CPI’s para apurar irregularidades e
responsabilidades da COPASA na prestação de serviços de abastecimento de água.
Os fatos motivadores são inúmeros:
vejamos:
A COPASA, que é uma
sociedade de economia mista, deveria ter como seu maior acionista o povo
mineiro. A COPASA, ao invés de ter uma postura voltada para o social, na
prestação de um serviço de qualidade ao povo mineiro, preferiu escolher outro
caminho, buscando em primeiro lugar o lucro, sendo que no ano de 2016 teve um
lucro de R$343.000.000,00 (trezentos e quarenta e três milhões de reais).
De
forma arbitrária a COPASA, em muitas oportunidades suspende o fornecimento de
água, sendo público e notório os correntes problemas que os moradores enfrentam com a falta de abastecimento de
água por dias. Mesmo após várias reclamações e manifestações, a COPASA não
cumpre com o acordado e não fornece caminhão pipa para sanar os problemas e
insiste em ludibriar os consumidores.
Além da COPASA não prestar
um bom serviço no abastecimento de água, ainda causa sérios prejuízos ao meio
ambiente e desrespeita os moradores, ao não fazer a prevenção, como a
construção de barragens e a preservação das nascentes.
A seca e a estiagem
prolongadas que castigam dezenas de municípios mineiros já estão provocando a
falta de água em alguns municípios.
O
problema é antigo, mas se agravou nos últimos anos, devido à falta de
investimentos no setor e à ausência de uma política pública de proteção às
nascentes e aos mananciais, por parte da COPASA. Não se preveniu adequadamente
para o que já tinha conhecimento.
Também são reclamações
frequentes as falhas no abastecimento de água, com a água sendo entregue em más
condições de uso, barrenta, imprópria para o consumo, o que pode causar doenças
aos moradores, além do prejuízo ao meio ambiente.
De acordo com o que foi possível
ouvir, através da transmissão da reunião pela internet, uma vez que não li o
requerimento, a presidente da Câmara Municipal de Ubá anunciou a instalação de
CPI cujo objeto é investigar a Crise Hídrica. Caso se confirme este objeto, os
vereadores membros da CPI terão uma missão dificílima para construir e apresentar
um relatório capaz de encontrar e sugerir a punição aos responsáveis pela crise
hídrica.
Penso que o trabalho seria
mais fácil, se a CPI, a exemplo do que ocorre em outros municípios, tivesse como
fato determina o, apurar as possíveis
responsabilidades e irregularidades na prestação inadequada dos serviços de
abastecimento de água, pela Companhia de Saneamento de Minas Gerais – COPASA –
S.A. no Município de Ubá – MG.
Uma vez que desde de1974,
quem tem contrato com o município de Ubá e a COPASA - S.A. Este contrato teve a
vigência de 30 (trinta) anos, e foi automaticamente prorrogado por mais 10 anos.
Através deste instrumento que se encontra vencido, o município concedeu a esta
empresa o direito de exploração sobre o serviço de abastecimento de água.
Apenas
para ilustrar, finalizo citando um trecho do Relatório de Fiscalização da ARSAE
na Página 25 – Esta fiscalização foi realizada em 2013 e o relatório pode ser lido na Integra no link a seguir. Relatório da ARSAE
Condição
Operacional da ETA Peixoto Filho:
As condições operacionais das unidades de tratamento
da ETA Peixoto Filho se encontram em estado
crítico quando analisado em conjunto a vazão média de tratamento
superior à capacidade nominal da unidade, o tempo médio de funcionamento da estação de 23h/dia, e as reclamações
constantes de falta de água em vários bairros da cidade. Importante salientar
que, apesar de não haver amostras fora dos padrões estipulados pela Portaria MS
no 2.914/2011 na saída da ETA, o aparelho que mede a turbidez (Turbidímetro) não apresentava padrões de calibração no
laboratório, utensílios essenciais para utilização diária do aparelho. Assim,
a ausência do Jar Test e a falta dos padrões de calibração do Turbidímetro podem
estar comprometendo a determinação das dosagens ótimas de coagulante a serem
empregadas no tratamento.
A
pergunta que se faz é a seguinte: Se fosse um gestor de uma
empresa privada que tomasse conhecimento deste relatório, você acredita que ele
contraria esta empresa, com um contrato acertado no gabinete, sabendo que existem
a alternativa de na licitação encontrar um prestador mais de serviço eficiente? Esta é uma das questões.