Patriotismo dissimulado e o racha no empresariado mineiro.

O racha no empresariado mineiro a respeito das manifestações convocadas pelo seu Jair (Presidente Bolsonaro) para o próximo dia 07 de setembro é notícia de destaque em toda imprensa nacional neste domingo, 05/09. Acontecimento que facilita o entendimento das movimentações das lideranças locais de Ubá, nos últimos dias, durante a preparação para ato, com muitas idas e vindas; disse - não disse; apoia - não apoia; desmentidos, até assumirem o posicionamento de manter o movimento convocado pelo Mito, mas dissimulando o objetivo do mesmo como sendo comemorações de patriotismo saudoso.

De acordo com  a Carta Capital, a Federação das Indústrias de Minas Gerais - FIEMG divulgou uma nota, nesta última semana, em que demonstra alinhamento à cruzada do presidente Jair Bolsonaro contra o Poder Judiciário, em especial o Supremo Tribunal Federal e o Tribunal Superior Eleitoral. Segundo a FIEMG, “nas últimas semanas assistimos a uma sequência de posicionamentos do Poder Judiciário, que acabam por tangenciar, de forma perigosa, o cerceamento à liberdade de expressão no país”.


Já o Metrópolis, entre outros veículos, informam que na mesma semana, outro grupo de 200 empresários mineiros, ligados à indústria e a Associação Comercial e Empresarial de Minas Gerais  fizeram um contraponto à Fiemg. Batizado de II Manifesto dos Mineiros ao Povo Brasileiro, o documento critica a “ruptura pelas armas” e é assinado por Cledorvino Belini, presidente da Fiat Chrysler Automobiles (FCA), Salim Mattar, dono da Localiza e ex-secretário de Paulo Guedes, e outros 200 empresários.


A Carta Capital  relata também que o texto, organizado pela Associação Comercial e Empresarial de Minas Gerais, afirma que “a ruptura pelas armas, pela confrontação física nas ruas, é sinônimo de anarquia, que é antônimo de tudo quanto possa compreender uma caminhada serena, cidadã e construtiva”. “A democracia não pode ser ameaçada, antes, deve ser fortalecida e aperfeiçoada”, afirma ainda o manifesto, que não cita diretamente Jair Bolsonaro.  O texto da ACMinas também defende que “é preciso valorizar e, se necessário for, criar um novo capitalismo que valorize a inteligência humana, um capitalismo humanizado, porque o centro da vida é a Pessoa Humana”. Esta divergência de posicionamento entre a FIEMG e a ACMinas foi explicitada claramente em Ubá quando a ACIU teve que voltar atrás nas convocatória que já haviam sido expedidas e reorientar o posicionamento.   


Outro manifesto do setor empresarial encabeçado pela FEBRABAN e FIESP, com conteúdo crítico ao projeto golpistas do presidente, já havia causado  tensão no Palácio da Planalto nesta mesma  semana. Segundo a imprensa, os sanguinários conciliaram o adiamento da publicação para após o feriadão de 07 de setembro. 


Pesquisa do Datafolha realizada nos dias 7 e 8 de julho/2021  aponta o atual presidente como candidato dos empresários, uma vez que 56% dos empresários o apoiavam naquele momento. Quanto à avaliação, o governo Jair Bolsonaro é considerado ótimo/bom por 55% dos empresários brasileiros, enquanto 24% afirmaram que sua gestão é regular e apenas 16% consideram o presidente ruim/péssimo. Os dados são de pesquisa feita pelo Instituto FSB com exclusividade para a plataforma Bússola. Foram entrevistados 1.000 executivos de pequenas, médias e grandes empresas entre os dias 7 e 20 de agosto. A margem de erro do levantamento é de 3pp, com intervalo de confiança de 95%.


A nova Exame, grupo de mídia, em matéria datada de 03 de agosto de 2021, divide os empresários que apoiam Bolsonaro em dois grupos. O primeiro é composto de pessoas que acreditam fervorosamente no presidente e comungam de seus preceitos. Estes eleitores são bastante compreensivos com as contradições entre o discurso de campanha e a realidade do mandato e explicam com presteza as razões que fizeram o governo mudar de rumo. A segunda categoria de apoiadores é composta pelos empresários que não apostam em uma terceira via e enxergam em Bolsonaro um mal menor se comparado à volta de Luiz Inácio Lula da Silva ao Planalto. Eles, no entanto, não têm a mesma desenvoltura do primeiro grupo – alguns até ficam um tanto constrangidos de afirmar que votarão em Bolsonaro no ano que vem.


7 de setembro é o dia da comemoração da independência do Brasil. Nada melhor do que esta data para refletir sobre a soberania nacional.  Dia para refletir sobre a superação de um patriotismo militarizado e passivo em vista de uma cidadania ativa e de participação, colaborando na construção de uma nova sociedade, justa, solidária, plural e fraterna. Mas não é isso que propõe o Bolsonarismo. Como os próprios organizadores têm alertado, o objetivo das manifestações bolsonaristas previstas para o dia 7 de setembro de 2021 não é manifestar apoio ao presidente Jair Bolsonaro. A convocação não é para expressar determinada posição política – defender, por exemplo, a aprovação da reforma administrativa ou do novo Imposto de Renda –, e sim para invadir o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso.


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