FEMAC realiza o seu Décimo Primeiro Congresso em tempos de Pandemias

O Coordenador Geral da FEMAC, Mário Ângelo Noé, convocou o Décimo Primeiro Congresso Municipal das Associações dos Bairros, Distritos e Zona Rural  de Ubá-MG que acontecerá nos dias 27 e 28 de novembro de 2021. Será denominado “CONGRESSO IRMÃ MARISA COSTA”. Excepcionalmente por conta da pandemia de COVID-19, o XI Congresso será realizado em duas etapas a saber: Virtualmente no dia 27/11/2021, das 19:00 às 21:00 horas, através da plataforma stream yard e Youtube, com apresentação de palestra, discussões e levantamento de propostas de ação. No dia 28 de novembro de 2021 o congresso terá a sua etapa  e presencial, quando as lideranças comunitárias com direito a voto, deverão comparecer no Centro de Convivência da Melhor Idade, Praça Guido Marliére, s/n, Centro - Ubá-MG, no horário de 08:00 às 12:00 horas, para eleição da Diretoria e Conselho Fiscal da FEMAC para o quadriênio 2022/2026. 


Durante a Pandemia do novo Coronavírus - COVID 19 as Associações de Moradores tiveram que suspender as atividades presenciais em observação as medidas não farmacológicas decretadas pelas autoridades sanitárias, com ênfase no distanciamento social. Inclusive, o Congresso Nacional votou e aprovou a Lei Nº 14.030, de 28 de Julho de 2020, dispondo no seu Art. 7º, que as associações, fundações e demais sociedades deveriam observar as determinações sanitárias impostas pelas autoridades locais. A citada legislação restringiu a realização de reuniões e  assembleias presenciais até 31 de dezembro de 2020 e estendeu em até 7 (sete) meses, os prazos para realização de assembleia geral eletiva, com a consequente prorrogação dos mandatos de dirigentes. 

 

Para muitas associações de moradores pelo País, inclusive em Ubá,  este momento de crise da pandemia da covid-19, que teve como uma das faces mais visível o recrudescimento da fome, foi também um momento de inspiração que objetivou o movimento a potencializar as ações de organização da solidariedade. Várias associações se movimentaram para abraçar as demandas das comunidades por orientação jurídica e  pela manutenção dos direitos sociais, principalmente o direito à comida. Em 06 de Julho de 2021, o movimento Prato Cheio, idealizado e executado em Ubá, que se materializou no trabalho voluntário das lideranças comunitárias, anunciou que “de forma independente, apolítica, apartidária, contando somente com a solidariedade e apoio do povo ubaense, havia  atingido a marca de 500 CESTAS entregues”. Considerando que uma cesta básica tem em média de 18 quilos, podemos considerar que a  campanha prato cheio entregou cerca de nove toneladas de alimentos.  


Utilizando-se de um ditado muito popular “ a campanha Prato Feito” veio na hora certa. Um estudo realizado por este Blog conclui que no primeiro semestre de 2021, período de maior letalidade da Pandemia da COVID 19 em Ubá, foi também o período de menor distribuição de cestas básicas pelo Poder Executivo Local, se comparado com o ano de 2020. O blog realizou o estudo motivado por denúncia do Vereador Pastor Darci Pires, feita em 2020, dando conta que cestas básicas estavam sendo distribuídas por candidato a vereador ligados ao governo municipal em troca de votos. 


Para o movimento comunitário que já é acostumado a vivenciar momentos de avanços e recuos, altos e baixos, a crise do novo Coronavírus, que teve o seu primeiro caso público no Brasil em fevereiro de 2020, certamente não é a maior causa das dificuldades a serem enfrentadas e vencidas na atual conjuntura.  


Na sociedade atual, o isolamento, o medo do outro e da outra que aparece diferente na rua, faz com que o individualismo tome posse cada vez mais das pessoas, levando-as a um fechamento no “seu mundo”, afetando a dimensão da comunitariedade e da cultura do encontro que é a essência do movimento comunitário. 


A configuração atual das cidades brasileiras, especialmente as maiores, afetam as relações de solidariedade entre vizinhos. Em certos bairros vizinhos de rua ou de edifícios mal se conhecem, enquanto grupos formados por afinidade de interesses reúnem pessoas residentes em diferentes bairros ou setores. Tudo isso indica a existência de diferentes formas de convivência e de apropriação da cidade. A amplitude das cidades contemporâneas multiplica possibilidades, resultando na grande diversidade de uso e desfrute das instituições e equipamentos urbanos – de lazer, saúde, trabalho, cultura etc.  A suspeita é que os nossos métodos de trabalho, bem como a formação das lideranças  que estão construindo  o associativismo comunitário foram fundamentadas em valores de uma cultura rural já muito modificados. 


Tecnologias de Informação e Comunicação: vivemos um momento em que as novas Tecnologias da Informação e Comunicação transformam modos tradicionais de expressão e sociabilidade, fazendo com que o mundo urbano ultrapasse os limites físicos das cidades. A expansão da internet móvel fez dos celulares modernos (smartphones) computadores completos, permitindo que os usuários estejam permanentemente conectados em tempo real. Cada usuário hoje é uma unidade autônoma de produção de mídia cujos usos vão desde relacionamentos afetivos e formação de grupos de amigos até o fortalecimento de expressões culturais, de mobilizações sociais, de denúncias criminais e de articulações políticas de massa. Neste processo são constituídas novas estratégias de socialização, como as redes sociais, que não se restringem ao meio virtual e também têm repercussões nas relações presenciais.


Hoje as pessoas – sobretudo jovens – encontram nos meios de comunicação digital canais efetivos de auto expressão e intercâmbio de imagens e informações que permitem uma experiência social horizontal, mas dificulta o surgimento de lideranças coletivas.


Tudo isso para oportunizar uma reflexão sobre algumas perguntas que estão diariamente na ponta da língua e no coração das lideranças comunitárias. 


O que fazer para que a associação seja melhor apreciada pelos moradores?


Porque os moradores não participam da associação? 


Precisamos de mais recursos na associação, por que às vezes não conseguimos?


O que fazer no grupo, quando o presidente tudo faz, os outros não ajudam em nada? 


Para os moradores não ficarem abandonados, mesmo sem a associação estando legalizada, como legalizá-la se a própria diretoria não se firma?


Por que tanta burocracia para se legalizar e atender todas as exigências estabelecidas? 


No próximo texto vamos trabalhar algumas questões administrativas, principalmente sobre registros em cartório e prestação de contas, mas a dificuldade central do movimento comunitário não se resolve apenas num curso de capacitação de técnicas administrativas. Elas são essenciais num segundo passo, primeiro o movimento precisa se voltar ao entendimento das transformações do mundo no nosso tempo. Quem é, o  que pensam as pessoas para as quais vamos indicar o associativismo necessário? Qual associativismo é mesmo o necessário? 


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