"REFORMA TRABALHISTA" E A BÍBLIA - BOLETIM 06

Neste Boletim de número seis nós vamos começar a refletir e aprofundar quais são os valores do neoliberalismo e compara-los com os valores da Bíblia.

No Boletim de número três nós vimos que o trabalho ideal criado por Deus, conforme relatado dos primeiros capítulos do Livro de Gênesis, se transforma em trabalho Real, das maneiras mais diferentes nas várias sociedades aos longos dos séculos. E ao se tornar “real” o trabalho revela as relações históricas que se forma entre as pessoas.

Vimos também que o trabalho real no tempo da Bíblia, era marcado pelo modo de produção “tributário”; que um pouco antes de Jesus, este modo de produção era o “escravismo”; E que o trabalho real, hoje é marcado e dominado pelo sistema de organização social que se chama neoliberalismo. Neste Boletim de número seis nós vamos começar a refletir e aprofundar quais são os valores do neoliberalismo e compara-los com os valores da Bíblia.

NEOLIBERALISMO

Neoliberalismo é uma ideologia liberal em sua nova versão globalizada. É uma doutrina econômica que defende total liberdade na economia, sem nenhuma intervenção dos do Estado. Para o neoliberalismo, a liberdade política é consequência da liberdade econômica. Mas não é a politica que rege a economia? Pergunta Maria. No neoliberalismo é a economia que rege a politica.


A politica tem ou deveria ter princípios éticos e objetivos sociais. A economia no sistema capitalista tem um único interesse: o lucro privado. Ela passa o carro na frente dos bois e submete a sociedade ao poder dos donos do dinheiro.

As principais características do neoliberalismo são:

1) Desregulamentação da economia - liberdade total para as atividades econômicas;
2) Redução do Poder do Estado;
3) Competitividade entre as empresas;
4) Completa abertura do país ao capital estrangeiro;
5) Privatização do patrimônio público;
6) Controle da moeda (redução da inflação)

Milton Friedmam um dos papas do Neoliberalismo

Para Milton Friedmam, prêmio Nobel de economia e um dos papas do neoliberalismo, deixar a economia entregue ao mercado é a solução ideal. De fato escreve ele – “pela presença de outros vendedores com os quais se pode negociar o consumidor fica protegido contra a pressão que poderia exercer sobre ele um vendedor”. Ocorre que sabemos que, na prática, não é assim. A pressão é exercida pela publicidade, pelas megaempresas que atraem muito mais consumidores que as médias e pequenas, e pelos os oligopólios. Um pequeno número de grandes empresas que se articulam, pois cada uma delas é forte para influenciar o mercado, não o suficiente para desprezar a reação dos consumidores.

Mas um samaritano que viajava, chegando àquele lugar, viu-o e moveu-se de compaixão - Lucas 10,33

Como vimos no quadro anterior liberalismo e neoliberalismos são ideologias que dão valor absoluto a liberdade humana. Cada pessoa tem a liberdade de buscar suas próprias satisfações, indiferente ao sofrimento alheio, o que difere da parábola do Bom Samaritano. (Lucas 10, 25-37)

Em sua encíclica o esplendor da verdade o Papa João Paulo II condenou o neoliberalismo: De acordo com o Papa o neoliberalismo pretende estar acima da verdade. A verdade seria fruto da liberdade, sobretudo econômica, o que o cristão não pode aceitar. O Papa condena o liberalismo porque este está acima de qualquer juízo moral (nº 35)

A Conferencia Nacional dos Bispos do Brasil lançou o documento Brasil: Alternativas e Protagonistas, como subsídio a Semana Social Brasileira, onde fez a seguinte afirmação sobre o neoliberalismo: “O neoliberalismo não propõe mais o sonho de inclusão de todos no mercado, e sim a reciclagem e diversificação da produção para provocar o consumo dos que já estão no mercado. Os outros, os que sobram, devem ser mantidos a distância, controlados, eventualmente assistidos até que desapareçam. Em decorrência, “instala-se uma dinâmica da desordem em todas as instâncias da vida: na escola, nos partidos, nas associações, no Estado.”
36.Qual destes três parece ter sido o próximo daquele que caiu nas mãos dos ladrões? 37.Respondeu o doutor: Aquele que usou de misericórdia para com ele. Então Jesus lhe disse: Vai, e faze tu o mesmo. (Lucas - 10, 36-37)
Pode haver negociação individual, sem a participação do sindicato?

Do ponto de vista estritamente legal, ou seja, da literalidade da nova lei, sim. Para o conjunto dos trabalhadores, com limitações expressas, conforme previsto nos artigos 484-A e 507-B da CLT, introduzidos pela Lei 13.467/17, e em igualdade de condições com a negociação coletiva – conforme nos casos do parágrafo único dos artigos 444 e 507-A – para os trabalhadores que tenham diploma de nível superior e remuneração superior a duas vezes o teto do Regime Geral de Previdência Social (RGPS), atualmente R$ 11.062,62 (2 x 5.531,31), valor de outubro de 2017.

Antes da vigência da Lei 13.467, qualquer negociação individual que resultasse em redução ou eliminação de direito, era nula de pleno direito, pois o empregado, independentemente de sua remuneração, é considerado a parte mais fraca econômica, social e politicamente na relação com o empregador. Portanto, qualquer prejuízo, mesmo com sua concordância, era nulo porque partia do pressuposto de que o trabalhador havia sido coagido a concordar com a redução ou eliminação de direito.

Consoante já ressaltado, o ordenamento jurídico deve ser visto como um todo e os artigos 468 e 469 da CLT, este por analogia, não foram revogados, continuando sua plena aplicação, razão pela qual, reduzir ou eliminar direitos esbarram nos referidos artigos, configurando a fraude estabelecida no artigo 9º. da CLT.

É necessário, portanto, avaliar em que medida essas novas regras se compatibilizam com a Constituição. O caso da desproteção absoluta dos trabalhadores chamados hipersuficientes é situação de notória inconstitucionalidade.

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