"REFORMA TRABALHISTA" E A BÍBLIA - BOLETIM 09

A Igreja e a “reforma trabalhista”
Heron Santana http://www.adventistas.org

 O que se desenha como um cenário de confronto pode ser uma oportunidade para nossas igrejas.


O que se desenha como um cenário de confronto pode ser uma oportunidade para nossas igrejas. Profissionais adventistas da área do Direito, da Educação, atentos a questões sociais e humanitárias e todos os que se preocupam com esse assunto, podem ser canais preciosos de orientação em tempos tão incertos.

A CLT foi criada pelo governo do presidente Getúlio Vargas, na década de 1940, para unificar a legislação trabalhista e esclarecer e proteger direitos de trabalhadores. Já são mais de 70 anos desde seu surgimento. Porém, o País vive outros tempos, outra demografia, novos desafios que pressionam por uma nova agenda. Até a relação do brasileiro com o trabalho mudou. Motivados pelo empoderamento proporcionado pela tecnologia da informação e pelas redes sociais, celebramos a era das startups. Garagem virou escritório e empresa. Aplicativos colocaram trabalhadores nas ruas das cidades brasileiras. A estabilidade não parecia ser algo essencial para os jovens que se lançavam ao mercado de trabalho nessas circunstâncias.

"Recessão, corrupção e insegurança econômica estão levando os aspirantes ao trabalho na era digital a buscar a estabilidade criada com CLT, em 1943".

Nova realidade, novas oportunidades: Em 2015, 48% dos jovens brasileiros entre 19 a 35 anos, integrantes da inquieta geração Y, desejavam trocar de emprego em no máximo dois anos. Sinal dos tempos: segundo pesquisa da agência de auditoria, consultoria empresarial e assessoria financeira Delloite, esse indicador recuou para 34% em 2016. Recessão, corrupção e insegurança econômica estão levando os aspirantes ao trabalho na era digital a buscar a estabilidade criada com CLT, em 1943.

Nova realidade que traz um problema: As instituições de proteção estão falindo quando a sociedade mais precisa delas. Mais pessoas estão ocupando o País. O desemprego já ultrapassa a marca de 14 milhões de brasileiros. A proporção de idosos está cada vez maior. Um cenário que ajuda a explicar as emoções em torno do debate sobre a reforma.

"É nesse descompasso entre um mundo em decadência e uma igreja desafiada ao acolhimento que nos encontramos. Igreja é sal e luz. Serviço e orientação".

É nesse descompasso entre um mundo em decadência e uma igreja desafiada ao acolhimento que nos encontramos. Igreja é sal e luz. Serviço e orientação. A metáfora de uma balsa propiciando resgate para um náufrago em águas violentas. Fico imaginando como podemos ser raio de luz sobre esse assunto para a sociedade ao abrir o diálogo com nossos jovens e com as comunidades. Debater sobre a nova dinâmica da terceirização, explorando seus desafios e oportunidades. Providenciar encontros com empreendedores adventistas, oferecendo uma nova perspectiva da relação com o trabalho. Reunir universitários para estudar o texto da Reforma, e buscar meios para refletir sobre como se relacionar com a nova realidade.

"Jesus Cristo, em um momento comovente de sua jornada na Terra, recorreu ao profeta Isaías em uma sinagoga para proclamar: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para pregar boas novas aos pobres".

Jesus Cristo, em um momento comovente de sua jornada na Terra, recorreu ao profeta Isaías em uma sinagoga para proclamar: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para pregar boas novas aos pobres. Ele me enviou para proclamar liberdade aos presos e recuperação da vista aos cegos, para libertar os oprimidos e proclamar o ano da graça do Senhor”. Terminada a leitura, ainda falou: “Hoje se cumpriu a Escritura que vocês acabaram de ouvir”. (Lucas 4,18-21).

Assim como ocorreu com o mestre, o tempo também é oportuno para a Igreja ampliar sua relevância na sociedade, ocupar-se com os dilemas sociais dessa época, e tornar ainda mais poderosa sua missão de salvar pessoas para um estilo de vida alicerçado na esperança.

BANCADA DA BÍBLIA

O Boletim de número 01 trouxe rápidas informações sobre a bancada da Bíblia, a partir da pergunta que originou esta série de reflexões: A pergunta foi feita na reunião do Sindicato dos Marceneiros de Ubá quando o trabalhador queria saber por que a maioria dos Deputados Federais da Bancada da Bíblia, no Congresso Nacional, votaram a favor da “Reforma Trabalhista”. Será que é a vontade de Deus? Indagou o trabalhador.

Aí nós do grupo da Pastoral Operária assumimos o desafio buscar respostas esta indagação inclusive a partir da própria Bíblia? O que a Bíblia diz a respeito do trabalho?

O pesquisador da Unicamp, o antropólogo Ronaldo de Almeida e mapeou os deputados evangélicos eleitos em 2014. Segundo ele, havia 72 adeptos da religião, o que representa 14% dos 513 deputados. O levantamento, realizado em 2015, indica que 25 pertencem à Assembleia de Deus, 11 à Igreja Universal do Reino de Deus, sete à Igreja Batista, cinco à Presbiteriana, quatro ao Evangelho Quadrangular e outros quatro à Igreja Mundial do Reino de Deus. Os 16 restantes estavam espalhados em outras denominações evangélicas. Segundo ele, o processo deve continuar ocorrendo. “A relação entre igrejas e partidos está cada vez mais profissionalizada. Tudo indica que teremos um cenário de manutenção ou até aumento nas eleições de 2018”, afirma.

A primeira proposta de reforma trabalhista está no Antigo Testamento.

Mas a história sempre foi assim. E falo de história longa. Aquela que no nosso imaginário ocidental parece ser a mais antiga, a história bíblica. Há poucos dias me dei conta que a primeira proposta de reforma trabalhista está no Antigo Testamento. Bem lá no início, no Livro do Êxodo, quando Moisés foi, a mando de Deus, pedir que o Faraó desse o descanso semanal para os escravos hebreus. O Faraó, no lugar de atender as reivindicações, fez uma Reforma Trabalhista: tirou todo e qualquer dia de descanso, aumentou a carga horária diária de trabalho, reduziu o pessoal e aumentou as metas de produção. E ainda tentou convencer os próprios hebreus de que eram preguiçosos e deviam trabalhar mais. Ocupados, não dariam ouvidos a loucos sindicalistas como Moisés.

Fontes: http://www.adventistas.org / http://www.ihu.unisinos.br / http://www.correioriograndense.com.br




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