"REFORMA TRABALHISTA" E A BÍBLIA - BOLETIM 07

É prudente que os trabalhadores, antes de assinar qualquer acordo individual, procurem consultar seu sindicato.

O que pode ser negociado diretamente entre patrões e empregados, sem a presença do sindicato?

Os temas objeto de negociação individual estão descritos principalmente no Art. 59-A da lei 13.467, entre outros. Estes os profissionais poderão negociar diretamente com os empregadores. Todos os direitos que estão sujeitos à negociação coletiva com a participação do sindicato, exceto aqueles listados no artigo 7º da Constituição.

É prudente que os trabalhadores, antes de assinar qualquer acordo individual, procurem consultar seu sindicato. Se a negociação coletiva se sobrepõe à lei, com mais razão se sobrepõe à negociação individual, ainda mais se a negociação individual estiver abaixo da prevista na negociação coletiva. Do mesmo modo é importante considerar que essas novas modalidades passarão por um processo de “validação” jurisprudencial, a partir das decisões de primeiro grau da Justiça do Trabalho.

Qual é a hierarquia entre o acordo e a convenção, qual dos dois vale mais?

Pela nova regra, o acordo terá mais força ou prevalência sobre a convenção, independentemente de a convenção ser mais vantajosa do que o acordo. Antes da nova redação, o artigo 620 da CLT dava prevalência à convenção, quando mais vantajosa. Agora, vale o acordo, em qualquer hipótese: de ganho ou de perda.

Qual o período de validade ou vigência de convenção e acordo coletivo?

A vigência era de dois anos (art. 614, §3º da CLT), mas o Precedente Normativo do Tribunal Superior do Trabalho (TST) 120 admitia a duração de quatro anos, podendo permanecer por tempo indeterminado (ultratividade) se houvesse recusa na negociação por parte do empregador. A Súmula 277, do TST, de 2012, previa, porém, que “as cláusulas normativas dos acordos coletivos ou convenções coletivas integram os contratos individuais de trabalho e somente poderão ser modificadas ou suprimidas mediante negociação coletiva de trabalho."

Essa Súmula, porém, foi suspensa por decisão do STF (ADPF 323) em outubro de 2016. Com a nova redação, a vigência fica limitada a dois anos e fica proibida a ultratividade, reforçando recente decisão do Supremo Tribunal Federal nesse sentido.

Ler a Bíblia com óculos e postura de trabalhador

A grande maioria das pessoas da nossa sociedade são trabalhadoras, moram nas cidades, nas periferias, algumas trabalham no campo, mas dependem de equipamentos fabricados na cidade. É a cidade que organiza a vida de todos. Mesmo quem não trabalha e vive de renda precisam das coisas que são fruto do trabalho de alguém.

O trabalho e a pobreza na Bíblia:

Assim o “paciente” Jó viveu um dia de percepção de que a questão de sua pobreza não era apenas sua, mas de muitos, a bem dizer, da grande maioria, e descobriu que a causa disso não é a natureza. A iniquidade não brota da terra. Realisticamente ele descreve a pobreza cruel e sua causa:

Jó 24, 2-16 -  Bíblia Ave Maria.

2. Os maus mudam as divisas das terras, e fazem pastar o rebanho que roubaram.
3. Empurram diante de si o jumento do órfão, e tomam em penhor o boi da viúva.
4. Afastam os pobres do caminho, todos os miseráveis da região precisam esconder-se.
5. Como os asnos no deserto, saem para o trabalho, à procura do que comer, à procura do pão para seus filhos.
6. Ceifam a forragem num campo, vindimam a vinha do ímpio.
7. Passam a noite nus, sem roupa, sem cobertor contra o frio.
8. São banhados pelas chuvas da montanha; sem abrigo, abraçam-se com as rochas.
9. Arrancam o órfão do seio materno, tomam em penhor as crianças do pobre.
10. Andam nus, despidos, esfomeados, carregam feixes.
11. Espremem o óleo nos celeiros, pisam os lagares, morrendo de sede.
12. Sobe da cidade o estertor dos moribundos, a alma dos feridos grita: Deus não ouve suas súplicas.
13. Outros são rebeldes à luz, não conhecem seus caminhos, não habitam em suas veredas.
14. O homicida levanta-se quando cai o dia, para matar o pobre e o indigente; o ladrão vagueia durante a noite.
15. O adúltero espreita o crepúsculo: Ninguém me verá, diz ele, e põe um véu no rosto.
16. Nas trevas, forçam as casas; escondem-se durante o dia; não conhecem a luz.

Eclesiástico 34, 25-26

Esta reflexão de Jó é aprofundada no eclesiástico: “O pão dos indigentes é a vida do pobre: quem dele os priva, é sanguinário. É assassino do próximo quem lhe rouba os meios de subsistência; derrama sangue, quem priva o assalariado do seu salário”.

Carta Encíclica Laborem Exercens.

Por outro lado a riqueza assim obtida constitui acumulação à custa do trabalho de outros. A Aacumulação iniqua ou sem justificação que gera riqueza, não é apenas uma questão pessoal. É, sem escala mais ampla, uma questão de estrutura social, de organização do trabalho e da distribuição dos bens. Coloca a cumulação de dinheiro acima da produção de bens, e o capital acima do trabalho.

Fontes: Bíblia Ave Maria / Reforma Trabalhista e reflexos para os trabalhadores / TB CF 1981/ Regatando as Dívidas 5

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